quarta-feira, 8 de maio de 2013

Pastor Marcos Pereira da Assembleia de Deus dos Últimos Dias é Preso Acusado de Estupro







Com dois mandados de prisão preventiva expedidos com base em acusações de estupros, o pastor Marcos Pereira da Silva, da Assembleia de Deus dos Últimos Dias, foi preso na Rodovia Presidente Dutra, em São João de Meriti, Baixada Fluminense, na noite do dia 07/05/2013. Policiais da Delegacia de Combate às Drogas (DCOD) realizaram a prisão quando o pastor estava em seu carro, um Passat branco, indo para o seu apartamento, na Avenida Atlântica, em Copacabana. A investigação, que durou um ano, ainda aponta a participação de Marcos Pereira em mais quatro estupros, quatro homicídios, além de envolvimento com tráfico de drogas, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro. Esses últimos três crimes baseados em denúncias do coordenador do Afroreggae, José Júnior.


Os mandados foram decretados pelos juízes Richard Fairclough, da 1ª Vara Criminal de São João de Meriti, e Ana Helena Mota Lima, da 2ª Vara Criminal da mesma comarca, no dia 01/05/2013. De acordo com informações da DCOD, o pastor realizaria 'orgias' no apartamento de Copacabana, avaliado em R$ 8 milhões,está registrado em nome da Assembleia de Deus dos Últimos Dias. A maior parte das vítimas seria fiéis da igreja, chamadas até o local para a realização de cultos, em que Marcos Pereira, com ações violentas, obrigava as mulheres a fazerem sexo com ele e com outros homens da igreja. Também haveria sexo de mulheres com mulheres e homens com homens.



Das seis vítimas, três teriam sido atacadas quando eram menores de idade. Os crimes foram denunciados na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) de São João de Meriti. Uma jovem relatou que foi estuprada pelo pastor dos 14 aos 22 anos. Em um dos seis casos de estupro, a vítima seria a sua própria ex-mulher, Ana Madureira da Silva, que também revelou ter sofrido abuso sexual. Os dois ficaram casados até 1998.


Um dos homicídios que o pastor está sendo acusado seria de uma jovem que descobriu as 'orgias' e teria tentado fazer denúncias. De acordo com o delegado da da DCOD, Márcio Mendonça, um sobrinho de Marcos Pereira também está envolvido no assassinato.

O pastor não possui formação em teologia e, por isso, deverá ser encaminhado, nesta quarta-feira, para uma prisão comum no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, Zona Oeste. A Polícia Civil vai conceder uma entrevista coletiva para apresentar mais informações do caso.


Na sede da delegacia, o pastor Marcos Pereira não quis falar com a imprensa. Porém, atendendo ao seu chamado, cerca de 30 dos seus seguidores foram até o local, além de seis advogados. Entre os fiéis, o ex-cantor de pagode, Waguinho, que é missionário da Assembleia de Deus dos Últimos Dias há nove anos. Ao sair da delegacia, Waguinho fez críticas a ação da polícia e as denúncias de José Júnior.



— Ficamos surpresos com a forma em que foi feita a prisão contra uma pessoa que comparece toda vez que é convocada para explicar essas acusações. Foi uma ação, em via pública. São acusações antigas que não há provas. Porém, todos nós aqui sabemos que existe uma guerra pública que foi declarada há cerca de dois anos, pelo José Júnior. O Afroreggae faz as suas ações e gasta milhões. O pastor Marcos Pereira faz o seu trabalho com o amor, sem receber nenhum dinheiro por isso. Quero ver o José Júnior explicar isso — disse Waguinho, defendendo Marcos Pereira.



— Todos que convivem com o pastor sabem que ele é uma pessoa que só faz o bem. O trabalho dele já tirou oito mil pessoas das drogas. Na história, várias pessoas que fizeram o bem já sofreram esse tipo de injustiça. Quem é do bem, conhece quem é do bem — encerrou o missionário, que disputou a prefeitura de Nova Iguaçu, nas eleições do ano passado.



Pastor Marcos Pereira é acusado de estupro no Rio e foi levado para o Complexo Penitenciário de Bangu (Foto: Seap/Divulgação)
Marcos Pereira foi levado para o Complexo
Penitenciário de Bangu (Foto: Seap/Divulgação)

Depois de ser preso e conduzido à Delegacia de Combate às Drogas (DCOD), no Andaraí, na Zona Norte do Rio, o pastor Marcos Pereira, líder da Assembleia de Deus dos Últimos Dias, recebeu o apoio de seus seguidores. Na entrada da unidade, cerca de 40 fiéis, entre homens, crianças e mulheres com vestidos compridos, característicos da igreja, se reuniram e prestaram apoio ao religioso durante cerca de duas horas. Ele foi acusado por seis seguidoras de tê-las estuprado, e teve a prisão decretada no dia 01/05/2013 por conta de dois destes crimes.



"Ele tinha um comportamento semelhante quando estuprava as mulheres dentro da própria igreja. Ele dizia que elas estavam possuídas, demoniadas e ele fazia crer que a única forma que essas pessoas pudessem ser libertadas daquele demônio era tendo relação com uma pessoa santa", afirmou o delegado Márcio Mendonça, titular da DCOD.

Uma das mulheres que acusa o pastor Marcos Pereira de estupro disse em depoimento à polícia que o pastor chamava garotos de programa para participar de orgias e que mandava que as pessoas pedissem perdão depois das relações sexuais.


Em um dos depoimentos, ao qual o UOL teve acesso, a mulher contou a dinâmica dos abusos. Ela disse que o pastor via nela um "espírito de lésbica", e que então passou a ser chamada por ele em seu gabinete. Tempos depois, ele começou a assediá-la.

"A declarante se recorda que participou um garoto de programa [da orgia]. [...] Marcos passou a querer que a declarante aliciasse outros membros da Adud para participarem daquelas orgias, porém a declaraste disse que não faria aquilo. [...] Após o ato sexual, o Pastor Marcos ordenava que os participantes do ato pedissem perdão uns aos outros sobre o que havia ocorrido e que após procurassem o Ministério da Adud, na figura de um diácono, evangelista ou presbítero, que pedisse a ele também perdão, informando que foi enviado pelo pastor, porém mantivesse em segredo o que havia ocorrido", diz a mulher em depoimento prestado em abril deste ano.

Para outra das vítimas, o sistema de clausura favorecia os abusos. "Ele aproveita momentos de fragilidade, que a gente fica ali, entregue mesmo àquela ideologia que eles passam para gente", disse.

Duas mulheres afirmaram que chegaram a morar na igreja, onde não podiam ler jornais, ver televisão e nem falar em telefones celulares.


Dentro da delegacia, quatro advogados tentavam prestar assistência ao pastor, mas acusavam a polícia de não repassar informações adequadamente. Num dado momento, alguns fiéis e familiares de Marcos Pereira, incluindo um irmão e uma filha, fizeram uma roda de oração. Antes de deixar a DCOD, a filha do religioso pediu um momento a sós com o pai, e os dois, com os olhos fechados e as mãos dadas, voltaram a rezar. Um pouco mais cedo, o pastor se recusou a dar declarações sobre as acusações que pairam contra ele.




O programa Conexão Repórter do SBT exibido em 14 de fevereiro, mostrou as várias faces do pastor Marcos Pereira. O pastor que prega entre os mais perigosos bandidos. Roberto Cabrini seguiu os passos do homem que interrompe bailes em comunidades dominadas pelo tráfico e derruba criminosos com um simples toque. Visto como um Deus por muitos. Agora, ele é um homem na linha de fogo. O pastor é acusado de cometer estupros dentro de sua própria igreja. De promover encenações para aparecer como herói. De enganar, manipular, ordenar atos criminosos, mandar executar seus inimigos e torturar crianças. Afinal, quem é o verdadeiro homem atrás do líder religioso?




Assista a primeira parte do SBT Repórter:


Documentos em forma de imagens. E são elas justamente o fio da meada para o início da uma série de acusações contra o pastor. O escândalo envolvendo o nome de Marcos Pereira veio a partir dos depoimentos de José Júnior, fundador do Afroreggae, uma ONG que desenvolve projetos culturais em comunidades carentes dos morros cariocas. Um homem com livre acesso nos morros, onde muitas vezes a bandidagem impera. Os caminhos de José Júnior e Marcos Pereira se cruzam entre os anos de 2006 e 2007. 

Segundo conta foi em sua companhia que Marcos Pereira, pela primeira vez, colocou os pés em uma penitenciária carioca. Hoje, José Júnior diz ser um homem ameaçado de morte e afirma ter informações de pessoas ligadas à Marcos Pereira, de que o pastor tem um plano para matá-lo.

Ao lado de Júnior, nas ameaças de morte, está um antigo homem de confiança do lider da Assembléia de Deus dos Últimos Dias. Trata-se de um outro pastor: Rogério Ribeiro de Menezes. Foram dezessete anos na igreja e durante seis, ele foi o braço direito de Marcos Pereira. Rogério revela detalhes dos bastidores envolvendo as aparições públicas do líder religioso em seus resgates nas comunidades e presídios cariocas. Segundo Rogério, o pastor Marcos Pereira teria ordenado outros atos criminosos, como a série de ataques violentos contra o Rio de Janeiro, em 2006 e 2010. Na época, delegacias, carros e cabines da Polícia Militar foram alvos dos bandidos. Ônibus foram incendiados. Os episódios são confirmados por um ex-membro da igreja. Rogério fala com a autoridade de quem sempre esteve ao lado de Marcos Pereira em suas expedições de fé. Tivemos acesso a imagens em que ele aparece com o pastor durante uma pregação na Polinter. Segundo o ex-braço direito do lider relioso, Marcos Pereira cobrava até vinte mil reais dos chefões para pregar nas favelas. Outras quantias também eram exigidas, conforme relata uma outra testemunha, um ex-traficante.


Assista a segunda parte do SBT Repórter:



O que de fato acontece dentro da igreja do pastor? Testemunhas afirmam que Marcos Pereira costuma usar seu poder para abusar sexualmente das mulheres da igreja incluindo, segundo ela, menores de idade. A primeira a falar é a atual esposa do Pastor Rogério Menezes. Ela aceita ser identificada, mas pede para que seu rosto não seja mostrado. Outras duas mulheres que foram da igreja de Marcos Pereira confirmam as acusações. As duas também prestaram depoimento. Suas identidades serão preservadas.



Um outro ex-membro da igreja também fala sobre abusos sexuais. Segundo as testemunhas, os abusos aconteciam, principalmente, no templo da Assembléia de Deus dos Últimos Dias, na zona norte carioca. Aparecem também denúncias de violência contra crianças. Uma delas, de nove anos, relata que foi agredida diversas vezes por não ter um comportamento considerado adequado por Marcos Pereira. Segundo o ex-membro da igreja o Pastor Marcos Pereira teria ordenando o assassinato de inimigos.




Assista a terceira parte do SBT Repórter:



Um homem na linha de fogo. Denúncias que se multiplicam. Foram inúmeros telefonemas para tentar uma entrevista com Marcos Pereira. Em uma das ligações, o pastor decide falar e promete responder às mais duras questões. Nossa equipe vai à sede da Assembléia de Deus dos Últimos Dias. Somos levados até o elevador e, então, à sala onde o líder religioso costuma receber seus convidados. Nota-se que uma câmera do pastor acompanha cada gesto, cada passo de nossa equipe. Enquanto aguardamos a chegada de Marcos Pereira, são mostrados vídeos de suas ações recentes. Sempre identificadas como proezas pelos pastores, membros da igreja, assessores e familiares que a essa altura já tomam conta do local. Seu trabalho social é repetidamente enaltecido até que o próprio pastor Marcos Pereira aparece. Ele rapidamente mostra a imagem de um menino de dez anos, que fala emocionado, que o líder da igreja está sendo vítima de uma guerra espiritual. Marcos Pereira então nos leva para o local onde vai aceitar responder minhas perguntas. Para surpresa de todos é no centro de uma igreja lotada de seus seguidores. Com a pressão de centenas de olhares e sempre, é claro, com a sua câmera nos seguindo.



Agora tire as suas conclusões...






Fontes:
Jornal Extra:
http://extra.globo.com/casos-de-policia/pastor-marcos-preso-acusado-de-seis-estupros-8326402.html#ixzz2ShJKu9Uo




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Vida Longa e Próspera
Alberto

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